Dom Henrique Soares da Costa, Bispo de Palmares (PE).
________________________________________
Caro(a) Internauta, ofereço-lhe este Curso sobre a Igreja. Procurei o máximo possível limitar minha apresentação às Sagradas Escrituras. Certamente, seria muito mais rico se tivesse citado os Concílios, os textos do Magistério e da grande Tradição teológica e dogmática da Igreja. Mas, por opção, para deixar bem assentado o quanto a fé católica fundamenta-se na Escritura e dela não se afasta nunca, segui este caminho. Queira Deus que lhe sirva e o(a) faça conhecer e amar ainda mais a Mãe católica, que nos gerou a todos para o Cristo.
Neste texto, apresento a primeira parte do Curso. Outras virão depois.
Tema 1: A fundação da Igreja
a) Igreja: uma palavra, um significado, três realizações
A palavra “Igreja” vem do grego “Ekklesía”, que significa assembléia dos convocados, convocação. No grego comum, ekklesía
significava as assembléias do povo, ou de caráter religioso ou
também reunida para decidir alguma questão importante para a
cidade.
Na tradução grega do Antigo Testamento (séculos III-II aC), “ekklesía” era usada para traduzir o hebraico “qahal”,
palavra que designava a assembléia do povo de Israel, povo eleito
por Deus, reunido diante do Senhor para escutar sua palavra e
responder-lhe “amém”. A assembléia por excelência fora aquela do
Sinai, quando Deus deu a lei ao seu povo (cf. Ex 19): aquele dia ficou
conhecido como dia da qahal, dia da ekklesía, dia da igreja:
O
Senhor falou estas palavras a toda a vossa assembléia (=
ekklesía), sobre a montanha, do meio das chamas... (Dt 5,22).
Nenhum amonita nem moabita entrará na assembléia do Senhor , nem mesmo na décima geração; não poderão entrar nunca na assembléia do Senhor , porque não saíram ao vosso encontro no caminho para oferecer pão e água, quando saístes do Egito. Eles também contrataram contra ti Balaão filho de Beor, de Petor na Mesopotâmia, para te amaldiçoar. Mas o Senhor teu Deus não quis ouvir Balaão e converteu a maldição em bênção, porque o Senhor teu Deus te ama. Jamais procurarás fazer amizade com eles nem te interessarás por seu bem-estar, enquanto viveres. Não detestes o edomita, pois é teu irmão. Não detestes o egípcio, pois foste estrangeiro em sua terra. Os seus filhos na terceira geração poderão entrar na assembléia do Senhor (Dt 23,4-9).
Nenhum amonita nem moabita entrará na assembléia do Senhor , nem mesmo na décima geração; não poderão entrar nunca na assembléia do Senhor , porque não saíram ao vosso encontro no caminho para oferecer pão e água, quando saístes do Egito. Eles também contrataram contra ti Balaão filho de Beor, de Petor na Mesopotâmia, para te amaldiçoar. Mas o Senhor teu Deus não quis ouvir Balaão e converteu a maldição em bênção, porque o Senhor teu Deus te ama. Jamais procurarás fazer amizade com eles nem te interessarás por seu bem-estar, enquanto viveres. Não detestes o edomita, pois é teu irmão. Não detestes o egípcio, pois foste estrangeiro em sua terra. Os seus filhos na terceira geração poderão entrar na assembléia do Senhor (Dt 23,4-9).
Mais tarde, os cristãos começaram a chamar “ekklesía”
(= Igreja) à sua própria reunião, a convocação, a comunidade
reunida por Cristo para num só Espírito Santo dar glória ao Pai. No
entanto, a palavra Igreja tem três significados no Novo Testamento
– três significados ainda hoje válidos e muito importantes:
i
- Igreja é primeiramente a assembléia reunida para a liturgia,
isto é para a eucaristia: aí, como o Israel do deserto, escutamos a
palavra de Deus e celebramos a aliança:
Em
primeiro lugar, ouço dizer que, quando vos reunis em assembléia (=
en ekklesía), há entre vós divisões e, em parte, o creio...Quando,
pois, vos reunis, o que fazeis não é comer a Ceia do Senhor...
(1Cor 11,18.20).
Mas
numa assembléia (= allá en ekklesía), prefiro dizer cinco palavras
com a minha inteligência, para instruir também os outros, a dizer
dez mil em línguas (1Cor 14,19).
Saudai Prisca e Áquila... Saudai também a Igreja que se reúne em sua casa (Rm 16,5).
ii
– Igreja é também a comunidade local, reunida em torno da palavra
de Deus, dos seus pastores e da eucaristia. É o sentido atual de
diocese ou Igreja local:
Paulo
pela vontade de Deus chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, e o
irmão Sóstenes, à Igreja de Deus (= tè ekklesía tou Theoú) que está
em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados a ser
santos... (1Cor 1,1s)
Quanto
à coleta em favor dos santos, fareis como determinei nas igrejas
da Galácia. No primeiro dia da semana, ponha cada um de parte em
sua casa o que bem lhe parecer, de modo que não se façam as coletas
depois de eu chegar (1Cor 16,1s).
Paulo,
Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus Pai e no
Senhor Jesus Cristo: a vós graça e paz (1Ts 1,1).
iii. – Enfim, Igreja significa toda a comunidade universal dos crentes em Cristo Jesus:
É que sou o menor dos apóstolos. Nem sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a Igreja de Deus (1Cor 15,9).
Certamente
ouvistes falar como outrora vivia eu no judaísmo. Perseguia
ferrenhamente a Igreja de Deus e procurava exterminá-la (Gl 1,13).
Maridos,
amai vossas esposas, como Cristo amou a Igreja e se entregou por
ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a
palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula,
sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e
irrepreensível (Ef 5,25-ss).
Assim, a Igreja está presente onde os discípulos de
Cristo se reúnem em assembléia para ouvir a Palavra e repartir o
pão e o vinho eucarísticos, sob a presidência de seus legítimos
pastores. Estas assembléias não formam muitas Igrejas, mas uma só
Igreja de Cristo Jesus localizada em determinada cidade ou região
sob a presidência do Bispo e de seu presbitério. O conjunto das
várias Igrejas locais não fazem uma federação de Igrejas, mas é a
única Igreja, presente em toda a terra.
b) A Igreja nascida da Páscoa do Cristo Jesus
Na Escritura Sagrada, aparece de modo claro e constante que a
Igreja é fruto da missão de Cristo, nasce dele, mais precisamente,
de sua Páscoa:
Na
tarde do mesmo dia, que era o primeiro depois do sábado, estando
trancadas as portas do lugar onde estavam os discípulos, por medo
dos judeus, Jesus chegou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz
esteja convosco”. Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os
discípulos se alegraram ao ver o Senhor. Jesus disse-lhes de novo:
“A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos
envio”. Após essas palavras, soprou sobre eles e disse: “Recebei o
Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados serão perdoados. A
quem não perdoardes os pecados não serão perdoados” (Jo 20,19-23).
Cristo,
o Homem Novo, no primeiro dia após o sábado, dia da Antiga
Aliança, sopra o Espírito Santo sobre os apóstolos, gerando uma
humanidade nova, que é a Igreja. Ela é fruto da morte e
ressurreição do Senhor, de suas feridas. É assim, no Espírito do
Ressuscitado, que a Igreja nasce e viverá para sempre. O próprio
evangelho de João já tinha prefigurado isto:
Em
seguida, sabendo que tudo estava consumado e para se cumprir
plenamente a Escritura, Jesus disse: “Tenho sede”. Havia ali um
vaso cheio de vinagre. Os soldados fixaram uma esponja embebida em
vinagre numa vara de hissopo e lhe aproximaram da boca. Depois de
provar o vinagre, Jesus disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando
a cabeça, entregou o espírito.
Os judeus pediram a Pilatos que quebrassem as pernas dos crucificados e fossem retirados. Assim o fizeram porque já era a tarde de sexta-feira e não queriam que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, por ser aquele sábado particularmente solene. Os soldados vieram e quebraram as pernas do primeiro e do outro que tinham sido crucificados com ele. Quando chegaram, porém, a Jesus e viram que estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados traspassou-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Quem o viu deu testemunho, e o seu testemunho é digno de fé. Sabe que diz a verdade, para que também vós creiais (Jo 19, 28-35).
Os judeus pediram a Pilatos que quebrassem as pernas dos crucificados e fossem retirados. Assim o fizeram porque já era a tarde de sexta-feira e não queriam que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, por ser aquele sábado particularmente solene. Os soldados vieram e quebraram as pernas do primeiro e do outro que tinham sido crucificados com ele. Quando chegaram, porém, a Jesus e viram que estava morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados traspassou-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Quem o viu deu testemunho, e o seu testemunho é digno de fé. Sabe que diz a verdade, para que também vós creiais (Jo 19, 28-35).
A
entrega que Cristo faz do Espírito ao Pai já prefigura e prepara a
entrega que ele fará desse mesmo Espírito à sua Igreja. Pois bem,
logo após a entrega do Espírito, o lado do Senhor é perfurado e
saem sangue e água. O Evangelho deixa claro, pela solenidade com
que narra o fato, que aqui há um significado misterioso! A água é
sinal do batismo, o sangue é símbolo da eucaristia, os dois
sacramentos fundamentais da Igreja:
Quem
é o vencedor do mundo senão quem crê que Jesus é o Filho de Deus?
Jesus Cristo é quem veio pela água e pelo sangue. Não somente na
água mas na água e no sangue. E é o Espírito que dá testemunho
porque o Espírito é a verdade. Três são, pois, os que testemunham: o
Espírito, a água e o sangue, e estes três estão de acordo. Se
aceitamos o testemunho dos homens, maior é o testemunho de Deus.
Este é o testemunho de Deus: Ele deu testemunho a respeito de seu Filho.
Quem crê no Filho de Deus, possui em si este testemunho. Quem não
crê em Deus, faz dele um mentiroso, porque não crê no testemunho
que Deus prestou de seu Filho. E o testemunho é este: Deus nos deu a
vida eterna e esta vida está em seu Filho. Quem possui o Filho
possui a vida e quem não tem o Filho de Deus não tem a vida (1Jo
5,5-12).
Este
texto do mesmo autor do Quarto Evangelho, ajuda-nos a compreender o
sentido do sangue e da água da cruz: crer que Jesus é o Filho de
Deus não é simplesmente uma afirmação com a mente e o coração, mas
exige uma experiência sacramental, real, da graça de Cristo
ressuscitado. Ora, tal experiência somente é possível se recebermos
o Espírito Santo que ressuscitou Jesus e no qual ele vive na sua
natureza humana. E como se dá tal experiência? Pelo Batismo e a
Eucaristia, que nos dão – juntamente com os outros sacramentos – o
dom do Espírito: “Ele veio (ele continua vindo!) pela água e pelo
sangue. E é o Espírito que (recebido na celebração do batismo e da
eucaristia) dá testemunho (no nosso coração, no nosso ser e em toda
a nossa vida) porque o Espírito é a verdade!” Recordemo-nos que o
próprio Jesus tinha prometido o Espírito da verdade, que daria
testemunho dele (cf. Jo 14,15-17.25-26; 16,13s). Pois bem, o
Espírito, experimentado nos sacramentos da Igreja, fazendo-nos ter a
certeza que Jesus é o Filho de Deus, dá-nos este testemunho
interior: nós temos a Vida eterna!
Assim
sendo, Deus prefigura a Igreja, nova Eva, que nasce do lado aberto
do Cristo, Novo Adão, na água e no sangue e sob o bafejo do dom do
Espírito. Foi isso que Jesus realizou na sua Páscoa. É este
mistério que os apóstolos experimentam na tarde do Domingo da
ressurreição! Neste encontro com o Ressuscitado, cumprem-se as
promessas: os apóstolos são batizados no Espírito, tornam-se novas
criaturas em Cristo e são, agora, cristãos, ministros do Evangelho
(“como o Pai me enviou, eu vos envio”) e do perdão dos pecados (“a
quem perdoardes os pecados...”). Assim nasce a Igreja, que será
manifestada ao mundo cinqüenta dias depois, no Domingo de
Pentecostes, quando o dom do Espírito será manifestado de modo
visível e palpável, marcando o início da missão evangelizadora da
Igreja.
Então, rigorosamente falando, não existia Igreja antes da
Ressurreição. É necessário ter presente que a Igreja não é como uma
associação ou partido, que vive simplesmente da recordação ou dos
ideais do fundador. A Comunidade eclesial vive realmente da vida do
Cristo morto e ressuscitado... e isso só é possível no Espírito do
Cristo, dado na Páscoa:
No
último dia, o mais importante da festa, Jesus falou de pé e em voz
alta : “Se alguém tiver sede venha a mim e beba. Quem crê em mim,
como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva”.
Referia-se ao Espírito que haviam de receber aqueles que cressem
nele. De fato, ainda não tinha sido dado o Espírito, pois Jesus
ainda não tinha sido glorificado (Jo 7,37-39).
Mas, então, Cristo não pensou na Igreja enquanto estava neste mundo? Não fundou a Igreja?
Antes de pensarmos sobre estas questões, é importante aprofundar um pouco a idéia da Igreja como Nova Eva. A Escritura diz, após o pecado:
Antes de pensarmos sobre estas questões, é importante aprofundar um pouco a idéia da Igreja como Nova Eva. A Escritura diz, após o pecado:
O homem chamou sua mulher “Eva”, por ser a mãe de todos os viventes (Gn 3,20).
Trata-se, aqui, de um jogo de palavras: Eva (= Havvah) vem da raiz hebraica hayah,
que significa “viver”. Assim, Eva seria a mãe dos viventes. Mas,
pelo pecado, Eva torna-se mãe dos mortos, dos que estão condenados a
perecer. A verdadeira Mãe dos viventes é a Nova Eva, a Igreja, Mãe
dos que nascem, no Espírito de Cristo, para uma vida plena!
c) A Igreja preformada por Cristo durante sua vida terrena
É verdade que não podemos falar de Igreja em sentido pleno antes
da ressurreição do Cristo e do dom do seu Espírito, fruto dessa
ressurreição. Mas isso não significa que Jesus não pensou ou não
quis a Igreja. Esta Igreja que ele fundou de modo real com sua
morte e ressurreição, ele mesmo a “pré-formou” nos dias de sua vida
terrena: preparou-lhe o corpo durante seus dias na terra e soprou-lhe o
Espírito após a ressurreição. Vejamos alguns gestos concretos de
Jesus que mostram que ele quis a Igreja e a preparou:
- Jesus chamou seus apóstolos como Doze, simbolizando claramente a constituição de um novo Israel – como o antigo Israel tinha como fundamento os doze patriarcas:
Depois
subiu a montanha, e chamou a si os que ele queria, e eles foram
até ele. E constituiu Doze (Mc 3,13-14a; cf. At 1,26: Ap 21,12-14).
- Dentre os Doze, Jesus escolheu Simão e mudou-lhe o nome: a escolha mostra a intenção de Jesus de constituir sua Igreja como organização estável; o nome, mais uma vez compara a Igreja ao antigo Israel:
Olhai para a rocha da qual fostes talhados; olhai para Abraão, vosso pai (Is 51,2).
Cristo
vai talhar um novo Israel, que é a Igreja, e Pedro é como que um
novo Abraão, canteiro donde se tiram pedras vivas. Por isso mesmo
Jesus afirma claramente que sobre ele edificará a sua Igreja:
Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja (Mt, 16, 18).
- Jesus instituiu a eucaristia e ordenou a sua Igreja que a celebrasse até sua volta (cf. Mc 14,22s; Mt 26,26ss; Lc 22,14; 1Cor 11,23).
- Tanto Jesus pensou e quis a sua Igreja, que Mateus reúne, no capítulo 18 de seu evangelho, num longo discurso, várias determinações de Jesus sobre a Igreja que nasceria de sua Páscoa: quem é o maior (18,1-4); o problema do escândalo na comunidade (18,5-11); o dever dos pastores da Igreja de procurar os pequeninos que saíram escandalizados (18,12-14); a correção fraterna na Igreja (18,15-18); a oração em comum na Igreja (18,19-20); o perdão das ofensas na Comunidade eclesial (18,21-35).
Podemos, então compreender que toda a ação de Jesus para salvar a
humanidade, caminhava para a formação da Comunidade messiânica, que
é a Igreja:
Jesus
iria morrer pela nação – e não só pela nação, mas também para
congregar na unidade os filhos de Deus dispersos (Jo 11,51s).
Compreendemos, também, como no evangelho de João, Jesus reza pela Igreja:
Não
rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra,
crerão em mim: a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em
mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que
tu me enviaste (Jo 17,20-22).
Finalmente, aparece clara, neste contexto, a afirmação de São Paulo:
Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5,25).
d)A Igreja, preparada e prefigurada no Antigo Testamento
A Igreja, fundada por Cristo, sempre esteve presente no
plano de Deus. Ele não improvisa nada! Assim, já no Antigo
Testamento aparece de modo muito claro como Deus foi preparando e
prefigurando a Igreja de seu Filho. Isto é tão sério, que os
primeiros cristãos diziam que Deus criou o mundo em vista da
Igreja, quer dizer, em vista de reunir toda a humanidade numa única
assembléia – aquela do único povo de Deus! Então, vejamos alguns
elementos dessa preparação:
•
O próprio relato da criação mostra o mundo que Deus sonhou: um
mundo de comunhão dos homens com ele (cf. Gn 3,8), com os outros
(cf. Gn 2,25) e com toda a natureza (cf. Gn 1,28ss). Desde o
início, Deus cria o homem para ser homem-em-comunhão,
humanidade-em-comunhão!
•
Mesmo com o pecado, Deus busca aliança com toda a humanidade em
Noé (cf. Gn 9,9-10.16). Ainda no contexto do dilúvio, a arca da
aliança aparece como uma imagem remota da Igreja (cf. Gn 6,14;
7,1):
E
neste mesmo Espírito foi pregar aos espíritos que estavam na
prisão, rebeldes outrora, quando nos dias de Noé os esperava a
paciência de Deus, enquanto se fabricava a arca, na qual poucos,
isto é, oito pessoas, se salvaram pela água. O que lhe corresponde
agora é o batismo que vos salva, não tirando a sujeira da carne mas
pedindo a Deus uma boa consciência pela ressurreição de Jesus Cristo
(1Pd 3,19ss).
•
Para compreender o mistério da Igreja no Antigo Testamento, é
importantíssimo o fato da vocação de Abraão: com um chamado
gratuito, a ser respondido na fé, Deus vai formar um povo, o povo
de Israel, imagem do novo povo em Cristo, que será a Igreja (cf. Gn
12,1-3).
• Tirando Israel do Egito, no Êxodo, estabelecendo com ele uma aliança no Sinai e dele fazendo o seu povo sua qahal, Deus preparou a imagem por excelência da Igreja no Antigo Testamento:
Agora,
se realmente ouvirdes minha voz e guardardes a minha aliança,
sereis minha propriedade exclusiva dentre todos os povos. De fato é
minha toda a terra, mas vós sereis para mim um reino de sacerdotes
e uma nação santa. São estas as palavras que deverás dizer aos
israelitas”.
Moisés foi chamar os anciãos do povo e expôs tudo o que o Senhor lhe tinha mandado. O povo inteiro respondeu unânime: “Faremos tudo o que o Senhor falou” (Ex 19,5-8).
Moisés foi chamar os anciãos do povo e expôs tudo o que o Senhor lhe tinha mandado. O povo inteiro respondeu unânime: “Faremos tudo o que o Senhor falou” (Ex 19,5-8).
• As várias instituições e experiências de Israel, tornam-se, então, imagens e prefigurações da Igreja e de sua vida:
Não
quero, irmãos, que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a
nuvem, que todos atravessaram o mar, e todos foram batizados em
Moisés sob a nuvem e pelo mar; que todos comeram o mesmo pão
espiritual e todos beberam a mesma bebida espiritual, pois bebiam
da rocha espiritual que os seguia, e a rocha era Cristo. Porém,
Deus não se agradou da maioria deles, pois foram prostrados no deserto.
Estas coisas, porém, aconteceram para nos servir de exemplo, a fim de que não cobicemos o mal, como eles cobiçaram, nem vos torneis idólatras como alguns deles, segundo está escrito: Sentou-se o povo para comer e beber, e levantaram-se para dançar. Nem nos entreguemos à prostituição, como alguns deles se entregaram, caindo vinte e três mil num só dia. Nem tentemos o Senhor, como alguns deles tentaram, e pereceram pelas serpentes. Nem murmureis, como alguns deles murmuraram, acabando em mãos do exterminador.
Todas estas coisas lhes sucederam para servir de exemplo, e foram escritas para advertir a nós, para quem chegou a plenitude dos tempos (cf. 1Cor 10,1-11).
Estas coisas, porém, aconteceram para nos servir de exemplo, a fim de que não cobicemos o mal, como eles cobiçaram, nem vos torneis idólatras como alguns deles, segundo está escrito: Sentou-se o povo para comer e beber, e levantaram-se para dançar. Nem nos entreguemos à prostituição, como alguns deles se entregaram, caindo vinte e três mil num só dia. Nem tentemos o Senhor, como alguns deles tentaram, e pereceram pelas serpentes. Nem murmureis, como alguns deles murmuraram, acabando em mãos do exterminador.
Todas estas coisas lhes sucederam para servir de exemplo, e foram escritas para advertir a nós, para quem chegou a plenitude dos tempos (cf. 1Cor 10,1-11).
Vejamos alguns exemplos:
A travessia do Mar Vermelho >> imagem do batismo (Ex 13,17 – 14,31; 1Cor 10,1-5)
O maná >> imagem da eucaristia (Ex 16; Jo 6,30-35.51)
A travessia do deserto rumo à terra prometida >> imagem do caminho da Igreja (1Pd 1,1; Hb 13,14)
Jerusalém >> imagem da Igreja (Is 2,1-5; Sl 122(121); Gl 4,26; Ap 21,1-27)
O templo >> imagem da Igreja (2Cor 6,16; Ef 2,20ss)
A vinha, alegoria de Israel >> imagem da Igreja (Is 5,1-7; Mt 21,33-43)
A virgem esposa, alegoria de Israel >> imagem da Igreja (Os 2,4-25; Ap 21,2.9; 22,17; Ef 5,25s)
O maná >> imagem da eucaristia (Ex 16; Jo 6,30-35.51)
A travessia do deserto rumo à terra prometida >> imagem do caminho da Igreja (1Pd 1,1; Hb 13,14)
Jerusalém >> imagem da Igreja (Is 2,1-5; Sl 122(121); Gl 4,26; Ap 21,1-27)
O templo >> imagem da Igreja (2Cor 6,16; Ef 2,20ss)
A vinha, alegoria de Israel >> imagem da Igreja (Is 5,1-7; Mt 21,33-43)
A virgem esposa, alegoria de Israel >> imagem da Igreja (Os 2,4-25; Ap 21,2.9; 22,17; Ef 5,25s)
e) Conclusão
Nenhum comentário:
Postar um comentário