Afinal, podemos nos tornar santos? Que quer dizer ser santo?
Por: Klemer Ferreira (09/ 02/ 2016)
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Não só podemos nos tornar santos como devemos ser santos, "pois Deus
não nos chamou para a impureza, mas para a santidade." (1Ts 4,7). Ser
santo significa consagrado, e uma vez que fomos consagrados, salvos em
esperança pela graça de Deus através do batismo que nos insere na Igreja
e na vida sacramental, esse é o nosso objetivo. Sermos santos, exemplos
vivos e agentes da ação benevolente de Deus, para alcançarmos a vida
beatífica que nos prometeu Cristo. "Na casa de meu Pai há muitas
moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um
lugar." (Jo 14,2). O céu é o nosso último termo. Que fazer então para
alcançá-lo? Jesus nos responde no colóquio com o jovem rico, ao dizer
que se quisesse entrar na vida que observasse os mandamentos. (Mt
19,16-19). Mas basta observar os mandamentos? Jesus novamente responde,
não em contraposição ao que o jovem rico fazia de bom, pois que
observava os mandamentos desde a infância, mas algo lhe impedia na
prática perfeita: o apego aos bens terrenos. E em resposta ao seu
questionamento, diz Jesus: "Se queres ser perfeito, vai, vende teus
bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e
segue-me!" (Mt 19,21). Um tesouro no céu, é a promessa de Cristo para
aqueles que observam e praticam, sem reservas, a vontade de Deus.
A vida cristã é uma vida de renúncias (Mt 10,38; 16,24; Mc 8,34; Lc
9,23; 14,27), mas conforta-nos a graça de Deus (2Cor 1,3-6; 12, 9-10).
Esforcemo-nos por fazer a vontade daquele que por um único ato de
justiça fez com que recebêssemos a justificação que dá a vida, a vida
divina da qual nos tornamos participantes, por meio da graça do Espírito
Santo, que nos foi merecida pela paixão de Cristo e nos foi dada no
batismo.
Mas o que é o batismo? O Catecismo da Igreja Católica assim o define:
1213. O santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico
da vida no Espírito («vitae spiritualis ianua – porta da vida
espiritual») e a porta que dá acesso aos outros sacramentos. Pelo
Baptismo somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus:
tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e tornados
participantes na sua missão (4). «Baptismos est sacramentam
regeneratiorais per aquam in Verbo – O Baptismo pode definir-se como o
sacramento da regeneração pela água e pela Palavra» (5).
Já faz
parte do inconsciente comum de muitos de nós a ideia de que ser santo
significa exatamente ser canonizado e ter a glória dos altares, o que na
verdade é uma possibilidade. Quem dera pudéssemos nós, e podemos, com a
graça de Deus, praticar durante toda a vida, em grau heróico, todas as
virtudes cristãs, a tal ponto disto acontecer conosco, como testemunho
de Cristo para glória de Deus, edificação da Igreja e salvação das
almas. Mesmo que não venhamos a ganhar no fim da vida o reconhecimento
canônico e a glória dos altares, nosso objetivo primordial como cristãos
conscientes e santificados sempre será este, independente se formos
reconhecidos ou não. Há santos que só Deus sabe o nome, já dizia o Papa
Bento XVI.
Sermos santos, é este o propósito de Deus para nossas
vidas (Lv 19,2; 20,26; 1Ts 4,3-4; 4-7), que O busquemos realmente e O
atinjamos, amando-O de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e com
todas as nossas forças, procurando sempre fazer a sua vontade. Porque
sem santidade, jamais poderemos contemplar a face de Deus (Hb 12,14). E
porque assim Deus o quer, sejamos santos como Ele, é esta a exigência
máxima de Cristo. "Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai
celeste é perfeito." (Mt 5,48)
Salve Maria Imaculada!
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