Maria é Mãe de Deus
Se
perguntarmos a alguém se ele e filho de sua mãe, se esta
verdadeiramente for a mãe dele, de certo nos lançará um olhar de
espanto. E teria razão. O homem como sabemos é composto de corpo, alma e
espírito. A minha mãe me deu meu corpo, a parte material deste conjunto
trinitário que eu sou; sendo minha alma e espírito dados por Deus. E
minha mãe que me deu a luz não é verdadeiramente minha mãe?
Apliquemos, agora, estas
noções de bom senso ao caso da Maternidade divina de Nossa Senhora. Há
em Nosso Senhor Jesus Cristo duas naturezas: a humana e a divina,
constituindo uma só pessoa, a pessoa de Jesus. Nossa Santa Mãe é mãe
desta pessoa, dando a ela somente a parte material, como nosso mãe
também o faz. O Espírito e Alma de Cristo também vieram de Deus. Nossa
mãe não é mãe do nosso corpo, mas mãe de nossa pessoa. Assim também
Maria é Mãe de Cristo. Ela não é a Mae da Divindade ou da Trindade, mas é
mãe de Cristo a segunda pessoa da Santíssima Trindade, que também é
Deus. Sendo Jesus Deus, Maria é Mãe de Deus.
Basta um pequeno
raciocínio para reconhecer como necessária a maternidade Divina da
Santíssima Virgem. Nosso Senhor morreu como homem na Cruz (pois Deus não
morre), mas nos redimiu como Deus, pelos seus méritos infinitos. Ora, a
natureza humana de Nosso Senhor e a natureza divina não podem ser
separadas, pois a Redenção não existiria se Nosso Senhor tivesse morrido
apenas como homem. Logo, Nossa Santa Mãe, Mãe de Nosso Senhor, mesmo
não sendo mãe da divindade é Mãe de Deus, pois Nosso Senhor é Deus. Se
negarmos a maternidade de Nossa Senhora, negaremos a redenção do gênero
humano.
A negação da Maternidade divina de Nossa Senhora é uma negação à Verdade, uma negação ao ensino dos Apóstolos de Cristo.
Provas da Sagrada Escritura
A Igreja Católica sendo a
única Igreja Fundada por Cristo, confirmada pelos Apóstolos e seus
legítimos sucessores; sendo Ela a escritora, legitimadora e guardiã da
Bíblia, jamais poderia ensinar algo que estivesse contra o Ensino da
Bíblia.
Vejamos o que a Sagrada Escritura ensina sobre a Maternidade Divina de Nossa Senhora:
- O profeta Isaías escreveu: "Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel [Deus conosco]." (Is 7,14). Claramente o profeta declara que o filho da virgem será divino, portanto a maternidade da virgem também é divina, o que a faz ser Mãe de Deus.
- O Arcanjo Gabriel disse: "O Santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus" (Lc 1,35). Se ele é filho de Deus, ele tb é Deus e Maria é sua Mãe, portanto Mãe de Deus. Isaías também escreveu o mesmo em Is 7,14.
- Cheia do Espírito Santo, Santa Izabel saudou Maria dizendo: "Donde a mim esta dita de que a mãe do meu Senhor venha ter comigo"? (Lc 1,43) E Mãe de meu Senhor quer dizer Mãe do meu Deus, portanto Mãe de Deus..
- São Paulo ainda escreveu: "Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei." (Gl. 4,4). São Paulo claramente afirma que uma mulher foi a Mãe do filho de Deus, portanto Mãe de Deus.
Tendo a Sagrada
Escritura seu berço na Igreja - portanto sendo menor que Ela - , vemos
como está de acordo com o ensino da mesma.
A negação da Maternidade
divina de Nossa Senhora é uma negação à Verdade, é negar a Divindade de
Cristo, é negar o ensino dos Apóstolos de Cristo.
O Concílio Ecumênico de Éfeso
Quando o heresiarca Ario
divulgou o seu erro, negando a divindade da pessoa de Jesus Cristo, a
Providência Divina fez aparecer o intrépido Santo Atanásio para
confundí-lo, assim como fez surgir Santo Agostinho para suplantar o
herege Pelágio, e São Cirilo de Alexandria para refutar os erros de
Nestório, que haviam semeado a pertubação e a indignação no Oriente.
Em 430, o Papa São
Celestino I, num concílio de Roma, examinou a doutrina de Nestório que
lhe fora apresentada por São Cirilo e condenou-a anti-católica,
herética.
São Cirilo formulou a
condenação em doze proposições, chamadas os doze anátemas, em que
resumia toda a doutrina católica a este respeito.
Pode-se resumi-la em três pontos:
- Em Jesus Cristo, o Filho do homem não é pessoalmente distinto do Filho de Deus;
- A Virgem Santíssima é verdadeiramente a Mãe de Deus, por ser a Mãe de Jesus Crito, que é Deus;
- Em virtude da união hipostática, há comunicações de idiomas, isto é; denominações, propriedades e ações das duas naturazas em Jesus Cristo, que podem ser atribuidas à sua pessoa, de modo que se pode dizer: Deus morreu por nós, Deus salvou o mundo, Deus ressuscitou.
Para exterminar
completamente o erro, e restringir a unidade de doutrina ao mundo, o
Papa resolveu reunir o Concílio de Éfeso (na Ásia Menor), em 431,
convidando todos os bispos do mundo.
Perto de 200 bispos,
vindos de todas as partes do orbe, reuniram-se em Éfeso. São Cirilo
presidiu a assembléia em nome do Papa. Nestório recusou comparecer
perante aos bispos unidos.
Desde a primeira sessão a
heresia foi condenada. Sobre um trono, no centro da assembléia, os
bispos colocaram o Santo Evangelho, para representar a assistência de
Jesus Cristo, que prometera estar com a sua Igreja até a consumação dos
séculos, espetáculo santo e imponente que desde então foi adotado em
todos os concílios.
Os bispos cercando o
Evangelho e o representante do Papa, pronunciaram unânime e
simultaneamente a definição proclamando que Maria é verdadeiramente Mãe
de Deus. Nestório deixou de ser, desde então, bispo de Constantinopla.
Quando a multidão
anciosa que rodeava a Igreja de Santa Maria Maior, onde se reunia o
concílio, soube da definição que proclamava Maria Mãe de Deus, num
imenso brado ecoou a exclamação: "Viva Maria, Mãe de Deus! Foi vencido o
inimigo da Virgem! Viva a grande, a augusta, a gloriosa Mãe de Deus!"
Em memória desta solene definição, o concílio juntou à saudação angélica estas palavras simples e expressivas: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte".
Fonte:http://www.veritatis.com.br/apologetica/maria-santissima/529-santa-maria-mae-de-deus
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