sábado, 6 de fevereiro de 2016

Ainda sobre o carnaval, o último artigo deste ano falando sobre o carnaval!
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Perdoem-me os Sacerdote que tentam dar uma amenizada na gravidade dos pecados do carnaval para torná-lo, quem sabe, um pouco digno de nossa presença cristã, mas, com todo o respeito e amor eu fico com o exemplo e os riquíssimos conselhos e ensinamentos dos Santos que já estão no Céu e que, mais do que ninguém conheceram, trilharam e alcançaram a Salvação e hoje são luz que ajudam a iluminar nossas mentes, nos indicam a vida que devemos levar como cristãos católicos para que, também nós, alcancemos o Céu e nos encontremos com Deus e com eles. Os Santos são nossos exemplos. Não falarei quase nada aqui sobre o carnaval com minhas palavras, mas com as palavras dos Santos e, lembremos: A Igreja tem Dois Mil Anos, Ela não é uma Igreja em inicio de caminhada que está em aperfeiçoamento doutrinário, Ela tem uma Doutrina, milhares e milhares de exemplos nos altares e, uma vasta Patrística, Escolástica entre outros estudos, inclusive recentes que, devem ser estudados também:

Santa Faustina Kowalska diz: “Nestes dois últimos dias de carnaval, conheci um grande acúmulo de castigos e pecados. O Senhor deu-me a conhecer num instante os pecados do mundo inteiro cometidos nestes dias. Desfaleci de terror e, apesar de conhecer toda a profundeza da misericórdia divina, admirei-me que Deus permita que a humanidade exista” (Diário, 926).

São Francisco de Sales dizia: "Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o mais possível o tempo de carnaval. Meu irmão, se amas também este Redentor amabilíssimo, imita os santos. Se não podes fazer mais, procura ao menos ficar, mais do que em outros tempos, na presença de Jesus sacramentado, ou bem recolhido em tua casa, aos pés de Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que lhe são feitas."

São Vicente Ferrer dizia: “O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição”.

Santo Afonso Maria de Ligório escreve: “Não é sem razão mística que a Igreja propõe hoje à nossa meditação, Jesus Cristo predizendo a sua dolorosa Paixão. Deseja a nossa boa Mãe que nós, seus filhos, nos unamos a ela na compaixão de seu divino Esposo, e o consolemos com os nossos obséquios; porquanto, os pecadores, nestes dias mais do que em outros tempos, lhe renovam os ultrajes descritos no Evangelho. Nestes tristes dias os cristãos, e quiçá entre eles alguns dos mais favorecidos, trairão, como Judas, o seu divino Mestre e o entregarão nas mãos do demônio. Eles o trairão, já não às ocultas, senão nas praças e vias públicas, fazendo ostentação de sua traição! Eles o trairão, não por trinta dinheiros, mas por coisas mais vis ainda: pela satisfação de uma paixão, por um torpe prazer e por um divertimento momentâneo. Uma das baixezas mais infames que Jesus Cristo sofreu em sua Paixão, foi que os soldados lhe vendaram os olhos e, como se ele nada visse, o cobriram de escarros, e lhe deram bofetadas, dizendo: Profetiza agora, Cristo, quem te bateu? Ah, meu Senhor! Quantas vezes esses mesmos ignominiosos tormentos não Vos são de novo infligidos nestes dias de extravagância diabólica? Pessoas que se cobrem o rosto com uma máscara, como se Deus assim não pudesse reconhecê-las, não têm vergonha de vomitar em qualquer parte palavras obscenas, cantigas licenciosas, até blasfêmias execráveis contra o Santo Nome de Deus. Sim, pois se, segundo a palavra do Apóstolo, cada pecado é uma renovação da crucifixão do Filho de Deus. Nestes dias Jesus será crucificado centenas e milhares de vezes” (Meditações).

Santa Teresa dos Andes escreve: “Nestes três dias de carnaval tivemos o Santíssimo exposto desde a uma, mais ou menos, até pouco antes das 6 h. São dias de festa e ao mesmo tempo de tristeza. Podemos fazer tão pouco para reparar tanto pecado...” (Carta 162).

Santo Agostinho: “Senhor, faze-me sentir toda a tua dor e todo o amor que experimentaste na tua paixão: toda a dor, para que eu aceite toda a minha dor neste mundo; e todo o amor para que eu recuse todo amor mundano”.

(Fonte das frases: Pe. Divino Antônio Lopes FP. “Carnaval: Vômito e esterco de satanás”)

- E para finalizar, o que nos diz a Sã Doutrina sobre tais eventos que expõe a visão do fiel toda a espécie de imoralidade carnal? Eis o que diz o nosso Catecismo:

«§2525. A pureza cristã exige uma purificação do ambiente social. Exige dos meios de comunicação social uma informação preocupada com o respeito e o recato. A pureza de coração liberta do erotismo difuso e afasta dos espetáculos que favorecem a curiosidade mórbida e a ilusão.(fonte: Catecismo online do Vaticano)»

- Repito o que já disse a uns dias atrás:

[...] não estamos em tempos que nos permitam o privilégio de nos expormos aos perigos do mundo, pois provavelmente a vontade da carne falará mais alto, não somos santos, ainda caminhamos em busca da santidade. Não adianta muita coisa falar em consciência cristã, sejamos honestos, na hora do "gostoso" diante das belíssimas propostas do pecado, eu, você e qualquer um corre gigantescos riscos de cair, não nos iludamos, é preciso fugir do pecado se quisermos de fato vencê-lo: «A batalha contra o pecado é a única batalha na qual vence aquele que foge. (São Felipe Neri)»

- Ainda falando o sobre o grandioso Santo Afonso de Ligório, ele em um de seus sermões no ensinava e hoje precisamos prestar mais a atenção nesses conselhos santos:

Misericórdia e justiça divinas: infinitas

"Santo Agostinho observa que, para enganar os homens, o demônio emprega ora o desespero, ora a confiança.

Após o pecado, o demônio nos mostra o rigor da justiça de Deus para que desconfiemos de Sua misericórdia. Entretanto, antes do pecado, o demônio nos coloca diante dos olhos a grande misericórdia de Deus, a fim de que o receio dos castigos, devidos ao pecado, não nos impeça de satisfazer nossas paixões....

"Essa misericórdia sobre a qual vós contais para poder pecar, dizei-me, quem vo-la prometeu? Não Deus, certamente, mas o demônio, obstinado em vos perder. Cuidado!, diz São João Crisóstomo, de dar ouvidos a este monstro infernal que vos promete a misericórdia celeste....

"'Deus é cheio de misericórdia, eu pecarei e em seguida confessar-me-ei'. Eis aí a ilusão, ou antes, a armadilha que o demônio usa para arrastar tantas almas ao inferno!....

"Nosso Senhor, aparecendo um dia a Santa Brígida, queixou-Se: Eu sou justo e misericordioso, mas os pecadores não querem ver senão minha misericórdia (Ego sum justos et misericors; peccatores tantum misericordem me existimant - Rev. 1. I. c. 5). Não duvideis, diz São Basílio, que Deus é misericordioso, mas saibamos que Ele é também justo, e estejamos bem atentos para não considerar apenas uma metade de Deus. Uma vez que Deus é justo, é impossível que os ingratos escapem do castigo.... Misericórdia! Misericórdia! Sim, mas para aquele que teme a Deus, e não para aquele que abusa da paciência divina!".

(Sermons de S. Alphonse de Liguori, Analyses, commentaires, exposé du système de sa prédication, par le R.P. Basile Braeckman, de la Congrégation du T. S. Rédempteur, Tome Second. Jules de Meester-Imprimeur-Éditeur, Roulers, pp. 55-60).

- Ainda falando mais um pouco sobre os conselhos de Santo Afonso de Ligório, dizia ele ainda sobre se expor ao pecado:

"Um sem número de cristãos se perde por não querer evitar as ocasiões de pecado. Quantas almas lá no inferno não se lastimam e queixam: Infeliz de mim! Se tivesse evitado aquela ocasião, não estaria agora condenado por toda a eternidade!"

O Espírito Santo diz: “Quem ama o perigo nele perecerá” (Ecli 3, 27). Segundo S. Tomás, a razão disso é que Deus nos abandona no perigo quando a ele nos expomos deliberadamente ou dele não nos afastamos. São Bernardino de Sena diz que dentre todos os conselhos de Jesus Cristo, o mais importante e como que a base de toda a religião, é aquele pelo qual nos recomenda a fuga da ocasião de pecado. [...] S. Pedro nos afirma que o demônio rodeia cada alma para ver se a pode tragar: “Vosso adversário, o demônio, vos rodeia como um leão que ruge, procurando a quem devorar” (I Ped 5, 8). São Cipriano, explicando essas palavras, diz que o demônio espreita uma porta por onde possa entrar na alma; logo que se oferece uma ocasião perigosa, diz consigo mesmo: ‘eis a porta pela qual poderei entrar’, e imediatamente sugere a tentação. [...]

"Oh! Quantos cristãos, que se davam ao exercício da oração e da comunhão e, mesmo, levavam uma vida santa, não caíram nas garras do demônio, porque se expuseram ao perigo."

(Fonte: Santo Afonso Maria de Ligório, Escola da Perfeição Cristã, Compilação de textos do Santo Doutor pelo padre Saint-Omer, CSSR, IV Edição, Editora Vozes, Petrópolis: 1955, páginas 44-48)

Nos preparemos espiritualmente para a Quaresma com muita oração, meditação, confissão e indo a Santa Missa ao menos todos os Domingos!

E mais uma vez perdão por discordar da maioria, antes de alguém pensar de desferir uma "condenação" contra a minha pessoa, lembrem-se que eu apenas citei os Santos que são os exemplos de todos nós cristãos: «Fazer a vontade de Deus é fazer o que Deus quer e querer o que Deus faz. (Santo Afonso de Ligório)»

Muito mais teria a escrever sobre o que ensinou Santo Afonso e outros Santos e Santas da Igreja de Cristo, mas, se com isto aqui, talvez, muitos estejam até se revoltando contra os Santos, imagine se conhecerem tudo o que os Santos ensinaram contra o pecado... Então, já está de bom tamanho o que aqui foi exposto, ao menos para deixar claro que, repudiar o carnaval -e qualquer outro evento pecaminoso- não vai contra a Doutrina da Igreja, a menos que consideremos que estes Santos desobedeceram a Igreja com esses ensinamentos/conselhos.

Rezemos por todas as almas, pedindo a Deus que perdoe a nossa fraqueza humana, que perdoe a nossa teimosia, que perdoe a triste cegueira que o pecado ainda nos causa.
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Thiago A. Borges de Azevedo
Domingo, 07 / 02 / 2016
Blog Cavaleiros da Santa Mãe Igreja.

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